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Personalização e precisão: as técnicas de impressão 3D utilizadas na produção de medicamentos

A impressão 3D tem revolucionado diversas indústrias, e a farmacêutica não é exceção. A capacidade de produzir medicamentos personalizados, ajustados às necessidades individuais dos pacientes, e com alta precisão de dosagem, tem sido um avanço significativo.


Neste artigo vamos apresentar as técnicas de impressão 3D mais utilizadas na produção de medicamentos


  1. Técnicas de extrusão: 

As técnicas de extrusão são as mais utilizadas atualmente na produção de medicamentos e compartilham um princípio comum: a produção de formas farmacêuticas camada por camada através da extrusão de materiais por um bico/ponteira.


  • Modelagem de deposição fundida (fused deposition modeling, FDM): a FDM é a técnica mais conhecida, onde um filamento termoplástico (que contém o fármaco) é aquecido e extrusado em finas camadas, construindo o objeto 3D. É uma técnica relativamente simples e acessível, possui uma alta precisão na produção do objeto 3D, entretanto, não é recomendada para fármacos termolábeis.


  • Extrusão semissólida (semisolid extrusion, SSE): é a técnica mais utilizada na atualidade na produção de medicamentos por impressão 3D. Como seu nome indica, um material semissólido, geralmente um hidrogel, é adicionado a uma seringa que é acoplada à impressora onde se inicia o processo de extrusão. O fármaco é adicionado ao material semissólido e uma das vantagens dessa técnica é a possibilidade de impressão à temperatura ambiente.


  • Extrusão direta de pós (direct powder extrusion, DPE): ao contrário das técnicas anteriores a DPE permite a extrusão direta de pós. Nestes pós estão inclusos excipientes de uso farmacêutico e o fármaco. Assim como a FDM, a DPE necessita de calor para a extrusão dos pós, então não é recomendada para fármacos termolábeis. Esta técnica se diferencia da FDM pois não necessita da etapa prévia de produção de um filamento e se destaca pela necessidade de apenas pequenas quantidades de pós para o preparo de formulações.


    Figura 1. Exemplos de imprimidos produzidos pelas técnicas de FDM, SSE e DLP.
    Figura 1. Exemplos de imprimidos produzidos pelas técnicas de FDM, SSE e DLP.

2. Técnicas de polimerização em cuba:

As técnicas de polimerização em cuba envolvem a exposição seletiva de uma cuba cheia de resina líquida, onde o fármaco é incorporado, a um feixe de luz ultravioleta ou a um projetor digital, que polimeriza a resina nas áreas desejadas, criando formas altamente precisas e detalhadas.


  •  Estereolitografia (stereolithography, SLA): técnica de polimerização em cuba que utiliza um feixe de luz ultravioleta (UV) para solidificar seletivamente camadas de resina líquida fotossensível. O processo começa com a imersão de uma plataforma de construção em uma cuba de resina líquida. A luz UV é então direcionada para áreas específicas da superfície da resina, polimerizando-a e formando uma camada sólida. A plataforma é movida para baixo, permitindo que uma nova camada de resina cubra a anterior, e o processo é repetido até que o objeto completo seja formado.


  • Processamento de luz digital (digital light processing, DLP): é uma variação da polimerização em cuba que utiliza um projetor digital para solidificar a resina líquida camada por camada. Diferente da SLA, onde um único ponto de luz UV é utilizado, o DLP projeta uma imagem inteira de uma camada na resina, polimerizando todas as áreas necessárias simultaneamente. Isso torna o DLP geralmente mais rápido que a SLA, mantendo uma alta resolução e precisão na produção de formas farmacêuticas.


3. Técnica de fusão em leito de pós:

A fusão de leito de pó usa um laser para desenhar um padrão específico em um leito de pó, fundindo as partículas de pó para formar o objeto 3D.


  • Sinterização seletiva à laser (selective laser sintering, SLS): nesta técnica um feixe de laser de alta precisão é direcionado para áreas específicas de uma camada de pó, onde está o fármaco, aquecendo e fundindo o material conforme o projeto é construído. Uma grande vantagem dessa técnica é a possibilidade de produzir imprimidos com alta porosidade, com desintegração e/ou dissolução acelerada, e também com alta concentração de fármaco incorporado.


Cada técnica apresentada oferece uma abordagem distinta para a criação de formas de dosagem que atendem às necessidades individuais dos pacientes.


Com o avanço contínuo da tecnologia, a impressão 3D desempenhará um papel cada vez mais fundamental na evolução da medicina, promovendo o desenvolvimento de soluções inovadoras e personalizadas.


Isso permitirá a adaptação dos tratamentos às demandas específicas de cada paciente, transformando significativamente a maneira como os medicamentos são projetados e administrados.


Referências:

 
 
 

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