Morango, limão ou laranja? Personalização na prática: estudo clínico
- Nadine Funk
- 30 de set.
- 2 min de leitura

O uso da tecnologia de impressão 3D no desenvolvimento de medicamentos tem demonstrado vários benefícios a nível de bancada, nas pesquisas acadêmicas. Mas e no mundo real, será que os imprimidos funcionam?
A resposta é SIM!
A realização de estudos clínicos com medicamentos impressos por 3D tem mostrado resultados importantes para o avanço do uso da tecnologia na área farmacêutica. Já falamos um pouco sobre esse tema em um outro post do nosso blog e hoje vamos mostrar outro exemplo por aqui.
Um estudo clínico realizado em 2024, em Santiago de Compostela, na Espanha, demonstrou na prática como a possibilidade de personalização oferecida pela tecnologia de impressão 3D pode impactar positivamente na adesão de pacientes pediátricos a tratamentos farmacológicos e na resposta terapêutica.
Os autores desenvolveram imprimidos mastigáveis contendo L-isoleucina, L-valina e L-citrulina para o tratamento de doenças metabólicas raras em crianças, como a leucinose, também conhecida como Maple Syrup Urine Disease (MSUD). Para esses pacientes, a adaptação de dose é necessária para suprir as necessidades terapêuticas em cada etapa do tratamento e também pode variar de paciente para paciente.
Nos primeiros 3 meses, os pacientes tomaram o medicamento convencional, administrado na forma de cápsulas. Nos 3 meses subsequentes, os imprimidos contendo os aminoácidos foram produzidos dentro de um hospital e administrados diretamente aos pacientes.
Foram produzidos imprimidos vermelhos - sabor morango; verde - sabor laranja; amarelo - sabor limão; azul - sabor baunilha; amarelo brilhante - sabor banana; e rosa - sabor pêssego. As doses foram estipuladas de acordo com a necessidade de cada paciente!
A partir da avaliação dos resultados, foi possível observar que os imprimidos mastigáveis foram capazes de manter a dose de L-isoleucina, L-valina e L-citrulina dentro da janela terapêutica com uma menor flutuação de níveis sanguíneos em relação ao medicamento convencional.
Ainda, a partir de feedback coletado com os pacientes, foi possível constatar uma maior aceitação dos imprimidos mastigáveis em relação às cápsulas convencionais. A preferência foi atribuída principalmente ao seu formato e textura! Os sabores preferidos dos pacientes foram baunilha, banana, limão e pêssego.
Além disso tudo, os cuidadores e pais relataram um maior conforto na administração dos imprimidos mastigáveis pois eles forneceram uma maior independência ao paciente no momento da administração e, por consequência, uma maior adesão ao tratamento.
Incrível, né?
A impressão 3D, na prática, mudando as perspectivas de cuidado à saúde.
Quer saber mais sobre esse estudo? Acesse: https://doi.org/10.1016/j.ijpharm.2024.124140
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