Pesquisas clínicas em impressão 3D de medicamentos: em constante evolução
- Juliana Santos
- 8 de jul.
- 2 min de leitura
A realização de estudos clínicos é crucial para garantir que um novo produto farmacêutico tenha segurança e eficácia comprovadas. E isso não é diferente para os medicamentos produzidos por impressão 3D. Na Europa, onde o uso da tecnologia já se consolida como uma opção para a personalização de terapias em ambiente hospitalar, os primeiros estudos clínicos já mostram seus resultados.
A impressão 3D pode ser uma grande aliada em doenças em que a dose administrada aos pacientes requer uma adaptação rigorosa de acordo com idade, peso e níveis sanguíneos, pois permite adaptações de forma rápida e automatizada.
Em 2019, um hospital espanhol conduziu um estudo clínico pioneiro envolvendo pacientes pediátricos com uma doença metabólica rara, a leucinose ou doença da urina do xarope de bordo, que necessitavam de suplementação oral dos aminoácidos isoleucina e valina. Os pacientes foram submetidos à medição dos níveis sanguíneos de isoleucina após receberem tratamento de duas maneiras distintas: cápsulas convencionais preparadas por métodos tradicionais e formulações mastigáveis personalizadas fabricadas através de impressão 3D.
O estudo investigou a eficácia de ambas as formulações na manutenção dos níveis sanguíneos de isoleucina, além da aceitação dos pacientes em relação às formulações impressas. Os resultados demonstraram que os níveis sanguíneos de isoleucina nos pacientes foram controlados com ambos os tipos de formulações, porém, a terapia impressa em 3D apresentou níveis médios mais próximos do valor alvo e com menor variabilidade. Além disso, as formulações foram bem recebidas pelos pacientes devido à inclusão de cores e sabores atrativos para a população infantil, o que pode influenciar positivamente na adesão ao tratamento.
Os resultados destacam o potencial da impressão 3D para proporcionar tratamentos mais precisos e personalizados, especialmente relevantes em condições metabólicas complexas. Reforçam ainda, o papel crescente da impressão 3D na inovação terapêutica e sua capacidade de melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
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